quarta-feira, novembro 24, 2010

POETAS DE SANTA CATARINA: EFIGÊNIA COUTINHO




EFIGÊNIA COUTINHO


AGORA

No cálice da felicidade bebemos
A alquimia que nos contagiou.
Vivamos cientes todo este esplendor
É este é o agora que nós desejamos.

Minha alma que na tua se embala,
Entregue ao amor com realidade.
E os nossos sonhos da cor de opala,
Realizaremos em infinita fidelidade.

Buscaremos sempre ungir a nossa vida,
Neste alvo amor de sublime ventura.
Pois tu és, ó tão amada criatura,
A razão de minha felicidade sentida!


Chegou de nossa decisão, a hora,
De viver do amor derradeira emoção.
Este é tempo-espaço todo nosso Agora
E deixar fluir todo o sentir do coração.


UM MÁGICO LUGAR


Eu ando cansada de vagar
Nestes caminhos espinhosos.
São tantos horizontes
Cheios de íngremes montes!
Quero encontrar um mágico lugar
Onde nossos corações silenciosos,
Possam então serenos amanhecer
A magia de um Futurecer...
E o amor poder sentir,
Lá, onde tuas mãos eu possa segurar,
Levemente teus lábios beijar
Até o tempo deixar de existir.


Corra, corra nesta direção!
Onde o peito clama futurecido
Abasteça de sonhos o seu coração
E deixe este tempo desluzido.
Deixe que os olhos brilhem,
Os braços num abraço compartilhem
E os lábios comungam da emoção.
Corra cheio de desejos,
As vozes celestiais a escutar,
De Anjos e Querubins em solfejos,
Tão suave e perene canção...
Tirando-nos o cansaço de vagar.


Como se não tivesse corpo a alma ama.
Ama o corpo na calma que clama
Sentindo da vida a essência,
A deslumbrar na fragrância
Do amor a si contentar.
No aconchego do ninho
Num terno bem-querer a lacrar,
O sorriso vai ao céu aberto,
A sentir o aroma do ar descoberto.
E no encanto do tempo sonhado,
Vai natureza perfazendo o caminho
Com ramos de flores do sonho apaixonado!


AMANTE


Pela linha do horizonte vem,
Teu reflexo em minha mente
Domina o tempo infinitamente
Sem correria, sem saída
Com imagens aquém...
Sendo a mais ditosa das presas
Da toda emoção consentida
Nesta emboscada de desejos,
Na espera da teia dos teus loucos beijos,
Em maliciosas surpresas!...
Neste ardor do amor afim
O tempo que há de vir,
É refrigério saber-me tua amante
Neste tempo presente...
De desejos ardentes
E de bem-querer alucinante.
É dentro desta noite sorrateira
Que te envolvo em paixão manhosa
Para inquietar teu corpo com explosão
Feito á minha maneira,
Com meu cheiro de rosa
Dominada pela paixão,
Levando o Universo ao desassossego,
Porque Amor é Amor,
Que traz o gosto do pêssego,
E por ser Amor, vai conspirando
Em delírios suspirando,
E... Esquecendo os reversos,
Vão se compondo os meus versos.


O CANTO DO UIRAPURU

Ó pássaro de belo canto!
Pousa leve e dá teu recado.
Trazes pra mim o encanto
Dos beijos de meu amado?


Uirapuru do canto belo,
Quero ouvir o teu cantar.
Nele escuto o sonho que velo
De meu amor encontrar.


Uirapuru volta e pra ele diz
Que recebi o seu recado.
Que ele deixou muito feliz
Meu coração enamorado.


Mando-lhe festivos beijos
Para os seus lábios afagar.
Vão assim cheios de desejos,
De poder lhe enamorar!...



MEU GATO


Meu gato é uma tentação,
Fez em meu coração seu ninho
Deixando-me sentir toda magia
Do seu amor em plena energia,
Aplacando minha sofreguidão,
Ele vem sempre de mansinho,
Com seu olhar me encantando,
Com seus pelos macios me acarinhando,
Arrancando de mim muito tesão.
Que gato mais manhoso!
Se em seu trabalho se estressa,
Comigo muda de opinião,
Pois eu vou mais que depressa,
Faço-lhe um carinho bem gostoso,
Sossegando o seu coração.
Assim tudo vira uma folia,
Quando o meu gatinho chega,
Em meu colo ele se aconchega
E de afagos me extasia!
Ó meu Gatinho!...
Como eu adoro seu carinho!


O PERFUME DO PRAZER


Do meu corpo, pelo sol dourado,
Exala o perfume que te dá prazer.
Da gruta, o delírio sendo ofertado,
Sem exaustão segue o amanhecer.


Nessa libido toda entrega se funde,
Num querer supremo de nossa paixão
Para que a fenda de amor se inunde,
Festejando o gozo com rara emoção.


Sentindo o cheiro do teu corpo grito
Insaciável, ao teus carinhos clamo.
No meu desejo, o teu desejo excito,
Para te receber na Gruta, eu te chamo.



Entre noite e dia nosso tempo para,
Num universo de delírios inundado.
E meu corpo que no gozo dispara,
Recebe teu corpo do néctar perfumado.


ENAMORADO LUAR


Eu e o Luar companheiro,
Com uma taça de vinho
Entre o véu da noite a sonhar... Caminho.
Assenhorear-se do meu ser por inteiro,
Uma brisa suave me acompanha
E pela via láctea, subo ao alto da montanha.
Um silêncio cintilante me comove
E danço feliz a brindar
Sozinha sob a tênue luz do luar,
Que amável de afagos me envolve.
Vagando, vou pelos sonhos prateados,
Ao som de maviosos cânticos angelicais
Que por harpas são executados,
Enterneço minha alma apaixonada,
Banhada de multicores cristais.
As nuvens por um instante recobrem a lua...
Minha alma busca a tua,
Neste momento sublime, sinto-me amada.
Os pensamentos me enlevam
A lua torna a sorrir, no céu azulado,
E com seus raios me levam
A beijar na taça, aquele luar enamorado.

MAGIA DA TARDE

Na fenda aberta, a magia faz morada,
Para encantar com sua beleza singular.
Onde o crente bebe da deusa o néctar,
Dos lábios quentes a porção nacarada.


Numa entrega sem medo do proibido,
Rasga a fenda que recebe o seu gozo
Vai prenhe de todo seu libido...
Buscar naquele feitiço o mais gostoso.


E o sossego do homem foi embora,
Ao provar da deusa o sabor da vida.
Num encanto que lhe clama toda hora,
Àquela mágica beleza revelada e exibida.


A fenda se fez assim, em dimensão,
Para aclopar seu desejo fluentemente,
Lá ele derrama seu tesouro com emoção,
Neste paraíso que se oferta docimente.

BILHETE

Se é verdade que queres me amar
Ama-me suave como passarinho,
Beija-me sempre com muito carinho
Assim como as estrelas beijam o luar.

Ama-me assim bem devagarzinho
Deixando nosso sonho embalar,
Todo o carinho que vamos trocar
Buscando da felicidade, o caminho.

Fale-me de um amor leal, sincero
Bordando todas as cores do Luar,
Fazendo-me em teus afagos flutuar,
Pois é assim, meiga que eu te quero.

Quero-te com formosura te abraçar
A dançar em acordes de um bolero
E entre infinita carícias eu te espero,
Para no sempre o nosso amor celebrar.!


LEITO DE AMOR


No branco leito de amor,
Onde os corpos desejosos
Fluem da paixão todo fulgor
Numa entrega abissal,
Nossos lábios apetitosos
Selam um amor imortal.
E num gozo frenesim,
As promessas vão se cumprindo
Num deleite de orgasmos
Sobre o lençol de alvo cetim...
Numa rendição sem pudor
Teu corpo, vai no meu se fundindo,
Agitando... Com entusiasmo,
Soltando na pele, calor aprazador.
E no tempo, nossos momentos,
Eternizam-se em fruição
Fazendo dos sentimentos
Coloridas ondas luzentes,
Levando os dois amantes,
Aos píncaros da satisfação!

NOVA MATIZ


Dentre aroma de flores, a relembrança
Da ultima chama em sinuosa dança...
Paixão a razão de todo encantamento
Num adejo por sonhos que acalento!...


Mas tudo ficou assim tão distante...
Perdeu a cor, aquele sonho vagante,
Levando a ventura com seus matizes
E apagando da paisagem, o arco-íris!


E assim tão de repente, tudo emudeceu...
O sonho presente, no passado se perdeu.
O futuro renascerá, portanto, de nova raiz,
Deixando a alma leve com outro matiz...


Se tudo ficou tão distante e impreciso...
Que reviva sempre sem pranto, o riso
Dos lábios a se unirem em souvenir
Num só canto de faustoso sentir!...


FRENESI

Quando os teus olhos, fitei,
Mundos de desejos e loucura...
Senti bater descompassado
Meu coração, em infinda formosura.
Todo o meu ser, entreguei
Num total frenesi afogueado...
Uma explosão de orbes
Entre o céu a terra, cegou-me
Com tanta sedução, aos astros elevou-me!
Há! Que esplendor, sublime fulgor!
Templos, altares, louvor...
Mundos de sentimentos e magias
Que belas Ilusões divinais. Sinfonias!
Celestes aromas vertem do corpo.
Neste altar dos deuses
Meu destino será mais belo.
Num conto de fadas me encanto...
Dourado sonho canto.
Ainda te tenho pelas noites minhas
Nas cinco pontas duma estrela brilhante,
São teus raios ainda a iluminar meu estro!
E neste supremo instante,
Em poema, este arrebatamento eu selo!


A VELHA BICICLETA

Da velha bicicleta lembrando,
Em seu selim, bem acomodada,
Na pontinha dos pés ia pedalando,
Na magia da manhã enamorada.


Hoje só tenho terna lembrança
Dessa viagem ao tempo de criança,
Quando pedalava a consentir
Ir além, para emoções sentir!


Da bicicleta, as rodas se partiram
Vi aquele mundo ir sumindo...
Nos pedais do passado fugiram,
E só deixaram o relembrar lindo.


Eu quero de novo sonhar e sentir,
Ao tempo da velha bicicleta reviver.
Que outras emoções venham surgir,
Para um novo deleite eu viver...


FANTASIA OU REALIDADE

Será realidade ou Fantasia
Quando você naquele dia,
Chegou dizendo ser a felicidade
E levou minha alma em liberdade?

Fantasia ou realidade,
Em versos loucos sussurrados
Escutei você tecendo a verdade
De minhas noites e dias velados.

Realidade e fantasia,
Que nos embebem por noite e dia
Na ilusão de fogo ardemos
E os sonhos do amanhã tecemos.

Fantasia ou realidade,
Temos a liberdade para amar
Sonhando de viver toda vontade
E no alvorecer, do sonho não acordar!

Realidade na Fantasia,
Buscando agarrar toda alegria
Da palavra dentro do sonho,
Que em versos de amor componho.


Fantasia ou realidade,
Que bordam com fios encantados
Os sonhos de mágica felicidade
Deixando-nos eternos enamorados!


TERNA CANÇÃO

Paira no ar uma suave canção,
É um sussurrar de lembranças
Gotejando na noite em solidão,
Dentre as nuvens de fumaças.

Murmura o coração de saudade
A dividir-se com arrebatadora paixão,
Perfazendo o mundo de felicidade
Na sutileza d'alma com emoção.


Mergulho na certeza do amor
Entregando a alma aos sentimentos.
Vivendo da vida todo o candor,
Surgido em cada doce momento.

E na doçura da canção que escuto,
Vai esvaindo-se a minha solidão.
Revestindo-me de um amor absoluto,
Fazendo feliz todo meu ser em elação.


PRESSÁGIO

Vou me despindo de corpo e alma
numa entrega plena, cheia...
sem sequer dar conta que
respirava, pois o corpo tomou
proporções transcendentais
duma natureza superior
indo ao mais alto do universo
e, deitou ao manto celeste, em
meio de estrelas e o garboso luar
num bailado cadênciado entre esferas
duma transcrição de tudo que existe
acima e abaixo dos meus olhos
o ar que respiro, me cinge,
abraça, me mantém entusiástica...


Acima, profecias, oráculos, respostas
e alimento para corpo e alma,
forças ocultas que regem o destino,
sem tino ou desatino, eu atino!...


EFIGÊNIA COUTINHO – A poeta carioca Efigênia Coutinho é formada em Artes, especialista em Tapeçaria de Tear, buscando a raiz indígena e sua história natural. Ela hoje reside no estado de Santa Catarina e já realizou diversas exposições e faz parte da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores – AVSPE. Também edita o seu belíssimo blog Efigênia Coutinho e Sua Poesia.


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