sexta-feira, abril 04, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: Violeiro, 50x70 cm, de João Werner.

ELEGIA PARA UM MINUTO DE MORTE A CADA DIA

Luiz Alberto Machado

Não tenha medo, eu sou de paz e a minha presença tornou-se invisível ou já não é suportável! Vou-me embora, até sempre.
Eu sigo só, nem olhe pra mim, atenção! A minha estrada é minha, teimo só. E caminho como que moribundo embora saudável no dia derramado. E insito gemendo noitedia. E persigo o meu dia como se fosse pelas trevas do hades. E persevero como um animal selvagem ferido. Eu vou. E não tenho nada. E enfrento as garras de ímpetos hostis. Não tenho nada e somente a carne definhada dos sobreviventes das epidemias patológicas do inventário humano acompanham insones minha caminhada. Não tenho nada e sou resistente das chagas avulsas nas mãos misturadas que me oferecem abrigo nos músculos que não podem com as pernas que não andam e as mãos egoístas que arremessam catarros e baratas nos esconjuros guardados nas pragas do tempo.
Não tenho nada e cuspo versos pelos infernos de todos os recantos do meu corpo! É só o que tenho e mais nada. E para mim isso é tudo porque me basta uma palavra para poder usufruir dos espelhos do horizonte e renascer das mortes a cada dia.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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